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Voltar para lista de artigosTVP E ESPIRITUALIDADE
Autor: Maria Teodora Guimarães
A TVP não é uma terapia inventada por alguém. Há cinqüenta anos, mais ou menos, nos Estados Unidos e em outros lugares do mundo, médicos que trabalhavam com hipnose passaram a perceber que seus pacientes, durante o transe hipnótico, falavam outras línguas ou relatavam dados históricos para os quais não tinham nenhuma cultura; por exemplo, um servente de pedreiro relatando fatos da Revolução Francesa. Curiosos, os médicos observaram o que acontecia e com o tempo concluíram que esses pacientes, durante as sessões, eram transportados a vivências passadas.
Essas experiências começaram a chegar ao Brasil, com maior intensidade, há vinte e cinco anos. Foi nessa época que surgiu a Sociedade Brasileira de Terapia de Vida Passada, entidade fundada por um grupo de médicos, psicólogos e outros profissionais interessados no assunto.
As presenças
A SBTVP não é uma sociedade espírita. Seus membros são, no mínimo, reencarnacionistas. Das pessoas que nos procuram, porém, a maioria não é reencarnacionista e muito menos espírita.
Por isso, o tratamento dado a essas pessoas tem de ter uma conotação especial. Por exemplo: ao invés de falarmos de obsessores e espíritos, nós falamos em "presenças".
Interessante notar que, durante a hipnose, os pacientes entram num estado alterado de consciência e se tornam videntes, passam a ver os Espíritos. Isso facilita o nosso trabalho, porque podemos fazer a ligação entre vida passada e envolvimento com outras entidades, inclusive com obsessores, fazendo com que o paciente comece a entender a problemática da reencarnação.
A TVP lida fundamentalmente com o caráter das pessoas. Todos nós sabemos que nosso caráter, temperamento e conquistas são o resultado de milênios de evolução em um número
incontável de reencarnações. Cada um tem sua personalidade e suas particularidades. Uns são mais egoístas, outros mais vaidosos, outros mais ranzinzas. Chegam ao consultório repletos de problemas, físicos e emocionais, e querem eliminar o sofrimento, mas não as causas dele, que são seus defeitos de personalidade.
Na verdade, ninguém precisa fazer TVP para saber em que precisa melhorar. É só observar as circunstâncias da própria vida e refletir sobre o que precisa exercitar para evoluir: como são os familiares, como são os parentes, qual é a condição econômica e social em que vive etc.
Porque cada um veio aprender alguma coisa. O que se tem de fazer é começar a prestar atenção no aprendizado para o qual cada um veio.
Na TVP é como se a gente trouxesse os ensinamentos espíritas para dentro da Ciência e da vida real. Com isso, o seu objetivo começa a tomar forma verdadeira, as pessoas que não acreditam, ou só lêem isso nos livros, começam a ver que essas coisas acontecem de verdade.
A SBTVP foi fundada principalmente com a finalidade de levar o ensinamento espiritual às pessoas e mostrar a necessidade de corrigirmos nossos defeitos para aliviarmos as nossas dores.
Nas terapias de vida passada sérias, jamais o terapeuta relaciona o paciente com os personagens avistados, dizendo que tal Espírito hoje é seu filho ou seu pai ou sua mãe. Se numa sessão de TVP alguém lhe disser isso, desconfie da capacidade do terapeuta. O que ele deve mostrar são os atos praticados e os fatos vividos pelo paciente em vidas passadas, nos quais aqueles Espíritos estiveram envolvidos e as conseqüências desses atos na sua vida atual, mostrando, em seguida, a necessidade de sua transformação de ordem moral para a resolução de seus problemas.
Em TVP, nós denominamos presenças os Espíritos avistados, porque na realidade trata-se de uma visão dos que eles foram naquelas existências. Hoje são Espíritos diferentes do que eram então. Muitos Espíritos que foram perversos, por exemplo, hoje já estão melhorados e regenerados. Nós não doutrinamos essas presenças e sim o paciente, ele é que está precisando se renovar, se reciclar e entender melhor a origem de seus padecimentos.
O consciente e o inconsciente
Em TVP, nós chamamos de inconsciente a memória extra-cerebral, aquele lugar onde estão guardadas todas as nossas vivências. O que fazemos é trazer, para o nível consciente, exclusivamente aquilo que a pessoa precisa saber.
Na realidade, é o próprio espírito do paciente que determina o que ele vai ver e é ele mesmo que vai dar a própria alta. Isso é muito interessante porque tira do terapeuta aquela condição de todo-poderoso que decide se houve cura ou não. Quem tem o poder de saber como está o passado e até quanto precisa saber do passado é o paciente. Isso traz outra vantagem: dá ao paciente o poder da própria cura, contribuindo para o aumento da fé em si mesmo.
Ao contrário do que muitos pensam, a TVP não é uma terapia fria e racional, cuja única preocupação é a investigação científica. Ela é sem dúvida um campo de pesquisa mas, acima de tudo, é uma terapia de amor. Todos temos o dever de batalhar para construir um mundo melhor. Assim, se um dia voltarmos aqui, poderemos encontrá-lo em melhores condições de felicidade.
Sobre o Autor(a) deste Artigo
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Maria Teodora Guimarães
Médica Psiquiatra, Autora, Fundadora, Conselheira e Ex-Pres.SBTVP
E-mail: sbtvp@sbtvp.com.br
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